Vail é um dos principais destinos de esqui para os brasileiros nos Estados Unidos. Localizada no estado do Colorado e rodeada pelas exuberantes Montanhas Rochosas, a estação tem uma das melhores infraestruturas para esportes de neve do mundo (administrada pela Vail Resorts, que opera também outros nove endereços de esqui americanos), além de ser a segunda maior área esquiável dos Estados Unidos (só perde para Park City que, desde a temporada passada, uniu-se aos antigos Canyons Resorts).

Absolutamente democráticos, seus mais de cinco acres de pistas contemplam com segurança e abundância trechos para iniciantes, intermediários, avançados e esportistas superexperientes – todos muito bem demarcados e com fartura de mapas e sinalizações por toda parte. Fora as pistas, o vilarejo é um charme, com esculturas espalhadas pelo centro, construções com inspiração alpina, hotéis de diferentes budgets, além de ampla oferta de lojas, restaurantes e après-skis para lá de animados (incluindo até o Epic Teen, exclusivo para adolescentes).

 

The Arrabelle at Vail Square
Hotel The Arrabelle na Vail Square (foto: divulgação)

 

O que esperar de Vail

Diferentemente de muitas outras estações de esqui americanas, o destino Vail surgiu na década de 1960 justamente por causa de suas pistas, que tanto encantavam esquiadores experientes. Com tanto fluxo de praticantes, hotéis, restaurantes e bares surgiram para atender à demanda. Hoje, Beaver Creek, Breckenridge e Keystone complementam o cardápio de experiências na neve.

Vail se orgulha em dizer que tem 300 dias de sol por ano – podem enganar turistas à primeira vista, já que as temperaturas chegam a -20 °C no auge da temporada de inverno. Mas a calefação eficientíssima em todos os ambientes internos faz com que a gente esqueça o nariz congelado nas pistas.

Na minha terceira visita ao destino (e falando como alguém que já esquiou e fez aulas em diversas estações de esqui diferentes nas Américas e na Europa), posso dizer que poucos lugares se comparam a Vail no quesito escola de esqui. São mais de 1.500 instrutores de todos os níveis, muitos deles falando português fluentemente e ultra-acostumados com alunos brasileiros. Tive ali, em todas as visitas, os professores mais pacientes e didáticos que já vi. Alex, que me ensinava snowboard pela primeira vez na vida, não foi exceção: divertido e atencioso, não se importava em me explicar pela enésima vez por que o movimento dos meus quadris estava dificultando minha descida na prancha.

 

snowboard
Snowboard (foto: shutterstock)

 

Ao todo, são 193 pistas e 31 lifts (incluindo a incrível gôndola One, com assento aquecido e Wi-Fi), que fazem a alegria de turistas com todos os níveis de intimidade com a neve. Inclusive o nível zero, que conta com uma bem planejada e extensa área de beginners em diferentes pontos da montanha. Para os experts, Vail é o paraíso, com seus lendários sete bowls (como são chamados os circuitos mais radicais em neve virgem: Sun Down, Sun Up, Teacup, China, Siberia, Inner Mongolia e Outer Mongolia. A infraestrutura impecável inclui também alguns restaurantes no alto das montanhas, em meio às pistas, como o The 10th, com imensas janelas de vidro para apreciar a vista.

Para quem vai aproveitar de fato toda essa infra, o melhor negócio é apostar no Epic, o ski pass que dá acesso ilimitado às pistas e a todos os lifts do complexo (incluindo estações vizinhas, como Beaver Creek). Ele funciona durante um período pré-determinado a partir de quatro dias – com direito a aplicativo que contabiliza percursos, disponibiliza fotos, dá prêmios virtuais e compartilha tudo isso on-line se você quiser.

 

Organize a viagem

Para aproveitar a montanha, o Epic Pass custa desde US$ 596 e é válido para períodos de quatro ou seis dias de livre acesso a pistas e lifts. Há ampla oferta de aluguel de equipamentos e aulas coletivas ou individuais. Não se esqueça que as atividades do snowpark são pagas à parte!

 

Como é o Adventure Ridge?

Localizada ao longo da rodovia interestadual I-70, Vail e sua vizinha Beaver Creek oferecem acesso às pistas por meio de três áreas: Lionshead, Vail Village e Golden Peak. Para quem não quer arriscar no esqui nem no snowboard, mas quer brincar com a neve, tem o complexo Adventure Ridge, uma espécie de parque de diversões que inclui snowshoeing (caminhadas com raquetes de neve nos pés), ski-biking (para descidas numa espécie de bicicleta) e o snowtubing, a deliciosa descida na neve sobre enormes boias de borracha. Pais que querem esquiar tranquilos também podem deixar os filhos brincando em segurança no programa Kids for All Seasons.

 

Snowtubing
Snowtubing (foto: divulgação)

 

No centrinho de Vail Village, chocolaterias, lojas, lanchonetes, pubs, bares, disco, cinema, restaurantes de primeira linha (como o irretocável Flames, que fica dentro do hotel Four Seasons) e até um boliche high tech mantêm os turistas entretidos depois que as pistas fecham – além do icônico rinque de patinação da Solaris Plaza.

O destino é tão democrático que nem precisa alugar carro. Há serviços de transfers excelentes para ir e voltar do aeroporto, ônibus gratuitos circulando todo dia pelo vilarejo e outros que fazem o trajeto Vail-Beaver Creek várias vezes ao dia. Os bares e restaurantes, geralmente, estão a uma curta caminhada e muitos hotéis de Vail contam com house cars, que levam os hóspedes para jantar sem custos. Até os shopaholics estão bem servidos em transporte por lá: o shopping Outlets at Silverthorne, a cerca de 30 minutos de Vail Village, também conta com ônibus.

 

Bar do Hotel
Bar do hotel The Sebastian(foto: divulgação)

Mas nenhuma atividade em Vail é tão tradicional fora das pistas quanto o après-ski: a confraternização pós-esqui ali é assunto sério e lota diariamente lugares como os ótimos Los Amigos, literalmente ao lado da pista em Vail Village, e o The Red Lion, o bar mais famoso da cidade há mais de três décadas, com direito a boa música ao vivo. O terraço do Garfinkel’s, em Lionshead, empolga com vistas incríveis para as montanhas. O bar do hotel The Sebastian também enche nesse horário – seu cremoso chocolate quente, servido com conhaque sob uma esfera de chocolate, é a grande vedete do après-ski.

 

Garfinfel's
Garfinfel’s (foto: divulgação)

 

Depois, o negócio é relaxar no spa ou na piscina aquecida do hotel com vista para as Rochosas antes de se arrumar para o jantar. Além dos muitos restaurantes estrelados do complexo, uma opção divertida é o Game Creek, que fica no topo da montanha. Para chegar lá, é preciso pegar uma gôndola de acesso, com o belo visual noturno panorâmico. Depois, sobe-se num snowcat – como são chamados os imensos caminhões que “alisam” a neve das pistas – para chegar, de fato, às portas do restaurante.

 

Verão em Vail

 

canavail
Carnaval em Vail (foto: divulgação)

Vail, além dos muitos eventos e campeonatos que recebe durante a temporada, tem também um dos mais famosos carnavais dos Estados Unidos: o Carni-Vail, que acontece nesta temporada nos dias 25 e 26 de fevereiro. A festa tem um quê de Nova Orleans e seu tradicional Mardi Gras – mas, claro, com direito a après-ski e after-parties à fantasia, além de um desfile carnavalesco.

Vale saber: a cidade continua sendo destino convidativo no verão, quando a paisagem nevada dá lugar a montanhas verdinhas, belíssimos lagos e rotas perfeitas para trilhas, passeios em bike, caiaques e cavalgadas. Mas isso já é conversa para outra história…

 

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Onde se hospedar em Vail?

Lodge at Vail

Tipicamente alpino, o primeiro hotel de Vail fica no coração do vilarejo e pertinho das pistas.

The Arrabelle

A poucos passos das gôndolas, o luxuoso hotel tem quartos com lareira.

Four Seasons Vail

Conta com um Ski Concierge, que cuida dos equipamentos antes e depois das pistas, além de spa completo.

 

 

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